Quer ter sucesso como empreendedor? Então comece a errar
Qui, 06 de Março de 2014 17:18

 

"Errei mais de 9.000 cestas e perdi quase 300 jogos. Em 26 diferentes finais de partidas fui encarregado de jogar a bola que venceria o jogo... e falhei. Eu tenho uma história repleta de falhas e fracassos em minha vida. E é exatamente por isso que sou um sucesso." Michael Jordan
No início de 2011 resolvi que largaria a "estabilidade" (que hoje resume-se a um holerite e poucos benefícios) da carteira de trabalho e empreender. Me preparei durante 15 meses fazendo vários cursos, buscando me reciclar na atividade em qual trabalho (marketing) e ter mais repertório para o momento de alçar voo solo, o que aconteceu há exatos dois anos. Além dos livros, li tantos livros e notícias sobre empreendedorismo, marketing e gestão de marcas para me preparar ao projeto inicial (uma consultoria de inteligência de mercado) e conheci tanta gente para reforçar o meu então limitado networking que obtive uma qualificação extra: a de realizar palestras ocasionais justamente sobre meus temas de interesse.
Read More Parece muito legal, não é? Mas algo me chamou a atenção meses depois: a quantidade absurda de textos e pessoas que apresentam "atalhos" para o sucesso (4 passos para, 10 dicas de, 8 oportunidades...). Para um leigo, pareceria que seria como tomar algumas pílulas de sabedoria e voilà! Temos um potencial Jorge Paulo Lemann, Mark Zuckerberg ou até mesmo Steve Jobs (para ficar nos mais hypes) saindo dos grotões do Brasil como erva daninha em terreno baldio.
Mas a realidade estudei e vi na prática, não é como um best-seller ou um texto de portal. Afinal de contas, dados como o que 90% das empresas não sobrevivem aos 5 primeiros anos de atuação precisavam ter fundamento. E têm de sobra. Eu não só cometi (e cometo, confesso) alguns erros como vi muita gente bem preparada ter seus deslizes que custaram, na proporção errada, até o fim daquele sonho em formato de potencial corporação.
Empreender um novo negócio é um exercício fantástico em que a única certeza é que você cometerá erros durante todo o processo. E não serão poucos. Talvez o maior segredo do sucesso (e aquele que dificilmente você verá em livros, palestras ou happy-hours) de uma nova empresa esteja exatamente no quanto suas falhas comprometerão sua trajetória até o momento do acerto. Hoje vejo que conhecer as possibilidades de falha dentro do que você está construindo é tão relevante quanto as melhores práticas. É como uma criança que quer correr, mas antes terá de aprender a andar, caminhar (e cair muito - haja choro, pai e mãe) até ser um aspirante a Usain Bolt infantil.
O erro não é valorizado no Brasil - vide uma frase dita por Ayrton Senna, em que dizia que "o segundo lugar, no Brasil, é o primeiro perdedor" (fico pensando se a campanha história da Avis, que dizia que se esforçariam mais aos clientes por ser a segunda maior locadora de veículos dos EUA não a levaria à falência se feita aqui. Outro exemplo claro é a troca alucinante de técnicos no nosso futebol. O erro por aqui é algo feio, a ser evitado a todo custo e escondido quando cometido. No entanto, países com histórico de grandes corporações e forte procura pela inovação, como Estados Unidos e Israel, atuam justamente em posição contrária, com grande compartilhamento e discussão sobre as possíveis falhas em novos projetos. A nação judia inclusive tem a cultura de aumentar o valor de "aposta", em termos de investimento financeiro (venture capital) àqueles que partem para uma segunda chance empreendedora.
Apenas para vocês terem uma idéia do quanto um erro pode ser fundamental para o sucesso:
O Instagram foi antes uma mídia social mobile com pouquíssimo público; após o fracasso, seus fundadores a reinventaram ficando somente com um aspecto da solução anterior: a geolocalização de fotos, algo que o Facebook não tinha.
A Pfizer não foi bem sucedida na construção do seu primeiro remédio para expansão das artérias próximas ao coração (vaso-constritor). Porém percebeu um efeito "interessante" naquela pílula azul. O Viagra tornou-se então o produto mais famoso e lucrativo da história da empresa.
Em 1968 Spencer Silver era um cientista da 3M que criou um adesivo de média fixação, o qual estudou-se e chegou-se à conclusão de que não havia aplicação naquele instante. Precisou de nove anos e outro cientista da mesma empresa, Art Fry, ter problemas com os papéis que caíam da Bíblia durante o coral que frequentava para começar a desenvolver o que hoje é o produto mais bem sucedido da história da empresa: o Post-It.
Parece bizarro dar valor a algo que soa negativo, mas a esta altura do texto te questiono: Será mesmo o erro uma coisa ruim de verdade ou a oportunidade de, por exclusão, conhecer o caminho mais sólido ao sucesso?
Brasil Post - 05/03/2014
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"Errei mais de 9.000 cestas e perdi quase 300 jogos. Em 26 diferentes finais de partidas fui encarregado de jogar a bola que venceria o jogo... e falhei. Eu tenho uma história repleta de falhas e fracassos em minha vida. E é exatamente por isso que sou um sucesso." Michael Jordan

No início de 2011 resolvi que largaria a "estabilidade" (que hoje resume-se a um holerite e poucos benefícios) da carteira de trabalho e empreender. Me preparei durante 15 meses fazendo vários cursos, buscando me reciclar na atividade em qual trabalho (marketing) e ter mais repertório para o momento de alçar voo solo, o que aconteceu há exatos dois anos. Além dos livros, li tantos livros e notícias sobre empreendedorismo, marketing e gestão de marcas para me preparar ao projeto inicial (uma consultoria de inteligência de mercado) e conheci tanta gente para reforçar o meu então limitado networking que obtive uma qualificação extra: a de realizar palestras ocasionais justamente sobre meus temas de interesse.

Parece muito legal, não é? Mas algo me chamou a atenção meses depois: a quantidade absurda de textos e pessoas que apresentam "atalhos" para o sucesso (4 passos para, 10 dicas de, 8 oportunidades...). Para um leigo, pareceria que seria como tomar algumas pílulas de sabedoria e voilà! Temos um potencial Jorge Paulo Lemann, Mark Zuckerberg ou até mesmo Steve Jobs (para ficar nos mais hypes) saindo dos grotões do Brasil como erva daninha em terreno baldio.

Mas a realidade estudei e vi na prática, não é como um best-seller ou um texto de portal. Afinal de contas, dados como o que 90% das empresas não sobrevivem aos 5 primeiros anos de atuação precisavam ter fundamento. E têm de sobra. Eu não só cometi (e cometo, confesso) alguns erros como vi muita gente bem preparada ter seus deslizes que custaram, na proporção errada, até o fim daquele sonho em formato de potencial corporação.

Empreender um novo negócio é um exercício fantástico em que a única certeza é que você cometerá erros durante todo o processo. E não serão poucos. Talvez o maior segredo do sucesso (e aquele que dificilmente você verá em livros, palestras ou happy-hours) de uma nova empresa esteja exatamente no quanto suas falhas comprometerão sua trajetória até o momento do acerto. Hoje vejo que conhecer as possibilidades de falha dentro do que você está construindo é tão relevante quanto as melhores práticas. É como uma criança que quer correr, mas antes terá de aprender a andar, caminhar (e cair muito - haja choro, pai e mãe) até ser um aspirante a Usain Bolt infantil.

O erro não é valorizado no Brasil - vide uma frase dita por Ayrton Senna, em que dizia que "o segundo lugar, no Brasil, é o primeiro perdedor" (fico pensando se a campanha história da Avis, que dizia que se esforçariam mais aos clientes por ser a segunda maior locadora de veículos dos EUA não a levaria à falência se feita aqui). Outro exemplo claro é a troca alucinante de técnicos no nosso futebol. O erro por aqui é algo feio, a ser evitado a todo custo e escondido quando cometido. No entanto, países com histórico de grandes corporações e forte procura pela inovação, como Estados Unidos e Israel, atuam justamente em posição contrária, com grande compartilhamento e discussão sobre as possíveis falhas em novos projetos. A nação judia inclusive tem a cultura de aumentar o valor de "aposta", em termos de investimento financeiro (venture capital) àqueles que partem para uma segunda chance empreendedora.

Apenas para vocês terem uma idéia do quanto um erro pode ser fundamental para o sucesso:

  • O Instagram foi antes uma mídia social mobile com pouquíssimo público; após o fracasso, seus fundadores a reinventaram ficando somente com um aspecto da solução anterior: a geolocalização de fotos, algo que o Facebook não tinha.
  • A Pfizer não foi bem sucedida na construção do seu primeiro remédio para expansão das artérias próximas ao coração (vaso-constritor). Porém percebeu um efeito "interessante" naquela pílula azul. O Viagra tornou-se então o produto mais famoso e lucrativo da história da empresa.
  • Em 1968 Spencer Silver era um cientista da 3M que criou um adesivo de média fixação, o qual estudou-se e chegou-se à conclusão de que não havia aplicação naquele instante. Precisou de nove anos e outro cientista da mesma empresa, Art Fry, ter problemas com os papéis que caíam da Bíblia durante o coral que frequentava para começar a desenvolver o que hoje é o produto mais bem sucedido da história da empresa: o Post-It.

Parece bizarro dar valor a algo que soa negativo, mas a esta altura do texto te questiono: Será mesmo o erro uma coisa ruim de verdade ou a oportunidade de, por exclusão, conhecer o caminho mais sólido ao sucesso?


Brasil Post - 05/03/2014
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